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Empresa americana quer maior parte de tesouro espanhol achado no mar

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Miami - A empresa Odyssey pretende dar apenas uma mínima parte aos donos de um tesouro encontrado em uma antiga fragata espanhola, como já se fez em casos similares, anunciou um diretor dessa companhia americana. "Acreditamos que o número de potenciais reclamantes não afetará em nada o direito da Odyssey sobre esse tesouro resgatado", afirmou o diretor-executivo da Odyssey, Greg Stemm, no e-mail enviado à AFP. "Dissemos repetidas vezes que damos as boas-vindas a qualquer parte que tenha uma reivindicação legítima sobre qualquer uma de nossas descobertas submarinas", disse Stemm, acrescentando que "com base em casos similares, todas as partes que tiverem um direito legítimo deverão dividir uma porção entre elas". "Se, por exemplo, quem encontrou o tesouro tiver direito a 90%, todos os reclamantes juntos dividirão 10%", segundo o maior, ou menor, direito que cada um tenha. Em 2007, a Odyssey descobriu um tesouro submarino em moedas de ouro e prata na fragata espanhola "La Mercedes", naufragada ao sul de Portugal. O tesouro, uma das maiores descobertas da história pela quantidade de moedas, pertencia, em grande parte, a cerca de 130 comerciantes espanhóis, de acordo com documentação existente no Arquivo das Índias (Sevilha), publicado há alguns dias pelo jornal "El País". Os milhares de descendentes desses comerciantes na Espanha poderão fazer valer seus direitos sobre o tesouro, atualmente alvo de um conflito judicial entre a Odyssey e o Estado espanhol. A empresa americana diz ter encontrado o tesouro "em águas internacionais" e, imediatamente depois da descoberta, levou a carga de 17 toneladas de Gibraltar para sua base, na cidade de Tampa, Flórida (sudeste dos EUA). O governo espanhol afirma que o tesouro é "patrimônio nacional" e deve ser restituído totalmente, embora ainda esteja disposto a negociar com o Peru, que também reclama sua parte, já que várias moedas encontradas foram cunhadas em Lima. Um tribunal de Tampa deve anunciar uma primeira decisão a respeito do assunto antes do fim do ano.