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Fuga em massa do Texas após alertas sobre perigo mortal do furacão Ike

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HOUSTON - O furacão Ike chegou nesta sexta-feira (12/09) com força avassaladora a Houston (Texas), obrigando milhares de pessoas a escapar da ameaça, enquanto uma advertência era divulgada de que aqueles que permanecessem nas áreas baixas estariam expostos a "uma morte certa". "Todos os bairros e possivelmente a totalidade das comunidades costeiras ficarão inundadas pela maré durante o período de maior atividade do fenômeno", advertiu o Centro Nacional de Furacões (NHC), em referência às terras que circundam a baía de Galveston. "Aqueles que não atenderem as ordens de evacuação estarão expostos a uma morte certa", advertiu, a respeito das ondas gigantes que poderão atingir os edifícios. As evacuações começarão com os idosos, doentes e pessoas com necessidades especiais. Funcionários do governo de Houston tentavam redistribuir o trânsito e anunciaram que seriam instalados postos de gasolina nas estradas para facilitar o êxodo. Às 12h GMT (9h de Brasília) o olho do Ike estava localizado 585 km ao leste de Corpus Christi, Texas (sul), e cerca de 370 km ao sudeste de Galveston, ressaltou o NHC. Os ventos do Ike atingiam 165 km/h com rajadas mais fortes, e sua velocidade de deslocamento para o oeste-noroeste era de 20 km/h. Trata-se de um furacão de categoria 2 na escala Saffir-Simpson, que vai até cinco, mas existem temores de que vá se intensificar nas próximas horas e "a previsão é de que o Ike se transforme em um furacão maior (categoria 3 ou mais) antes de chegar à costa", informou o organismo. "Por se tratar de um furacão tropical muito grande, as condições atmosféricas se deteriorarão ao longo da costa hoje, muito antes da chegada do olho do Ike, possivelmente entre a noite desta sexta-feira e a madrugada de sábado", advertiu o NHC. A baía de Galveston se estende por 40 quilômetros ao redor de Houston, importante centro petroleiro, cujos subúrbios chegam à costa da baía. Enquanto isso, o Departamento do Interior dos Estados Unidos informou nesta sexta-feira que a passagem de outro furacão, o Gustav, pelo Golfo do México no começo do mês causou danos "menores" às instalações petrolíferas marítimas. "É muito alentador que os danos tenham sido menores", disse Randall Luthi, diretor do Serviço de Administração de Minerais (MMS) do Departamento do Interior. Segundo um relatório do MMS, das 677 plataformas do Golfo expostas apenas uma foi destruída. Estava localizada fora da costa da Louisiana e contava com 0,01% da produção de petróleo da região, de 1,3 milhão de barris diários, e 0,04% da produção de gás, que chega a 200 milhões de metros cúbicos diários.