TRÍPOLI - A secretária de Estado americana Condoleezza Rice realiza nesta sexta-feira (05/09) a primeira visita de um alto funcionário americano à Líbia desde 1953 e se reúne com o líder líbio Muammar Kadhafi, até bem pouco tempo um renegado da comunidade internacional por apoio ao terrorismo.
Rice deve aproveitar a passagem por Trípoli para enviar um sinal claro ao Irã e à Coréia do Norte sobre a possibilidade de cooperar com os países ocidentais, a exemplo da Líbia, se abandonarem seus programa de armas de destruição em massa, seja nuclear, biológico ou químico.
Os Estados Unidos cortaram em 1981 os vínculos diplomáticos com a Líbia e bombardeou Trípoli e a cidade de Benghazi em 1986, pelo que esta visita é considerada a melhor ilustração da nova etapa nas relações entre os dois países. A viagem de Rice também incluirá Argélia, Marrocos, Tunísia e Portugal.
O último chefe da diplomacia americana que viajou à Líbia foi John Foster Dulles, em 1953, quando o país norte-africano era dirigido pelo rei Idris Senusi. Kadhafi anunciou, em dezembro de 2003, depois de meses de discussões secretas com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, que a Líbia renunciava a todos os programas de ADM.
Kadhafi também elogiou o fim do isolamento a que esteve submetido seu regime num discurso pronunciado no domingo passado, por ocasião do 39º aniversário da revolução que o levou ao poder em 1º de setembro de 1969, quando o então jovem coronel depôs o rei Idris.