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Medvedev cita o Kosovo para justificar decisão sobre Abkházia e Ossétia do Sul

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Londres - O presidente russo, Dimitri Medvedev, justificou a decisão russa de reconhecer a independência das regiões separatistas georgianas da Abkházia e da Ossétia do Sul alegando que o Ocidente fez a mesma coisa no caso do Kosovo, em declarações feitas nesta terça-feira à rede britânica BBC. Em entrevista exclusiva concedida à BBC, Medvedev insistiu que o objetivo do reconhecimento russo é "proteger os cidadãos russos" que vivem na Ossétia do Sul e na Abkházia. A Rússia reconheceu formalmente nesta terça-feira (26/08) as duas regiões como Estados independentes, em plena crise diplomática com o Ocidente causada pela entrada das forças russas na Geórgia no dia 8 de agosto de 2008, frustrando a tentativa georgiana de retomar o controle da Ossétia do Sul. "O mais importante é defender os direitos das pessoas que vivem na Ossétia do Sul e na Abkházia", afirmou o chefe de Estado russo. "Fizemos isso (reconhecer a independência das regiões separatistas) da mesma forma como outros países reconheceram o Kosovo", argumentou Medvedev. A Rússia, no entanto, se opôs com veemência à declaração unilateral de independência da ex-província sérvia, em fevereiro deste ano. Alguns analistas apontam que, ao entrar no conflito armado com Tbilisi por uma região separatista georgiana, Moscou deu uma demonstração de força para o Ocidente, ao mesmo tempo em que se vingou da 'bofetada' do Kosovo, reconhecido por 45 países, entre os quais os Estados Unidos e a União Européia. A Rússia se sente humilhada pelo reconhecimento diplomático do Kosovo e a ampliação da Otan perto de suas fronteiras, e agora quer voltar a se impor na região, sua tradicional zona de influência, segundo analistas.