ISLAMABAD - O porta-voz do presidente paquistanês Pervez Musharraf desmentiu nesta sexta-feira (15/08) os rumores "sem fundamentos" divulgados em jornais ocidentais de que o governante renunciaria nos próximos dias para evitar a sua destituição. Vários diários citaram assessores, políticos e diplomáticos segundo os quais Musharraf preparava a sua renúncia.
"Não sei de onde tiram essa informação sem fundamento", declarou o general da reserva Rashid Qureshi, principal porta-voz de Musharraf. "Não me parece importante fazer comentários sobre essas informações. Passei vários meses ouvindo isso", acrescentou. Os diários norte-americanos The Wall Street Journal e The New York Times, e o britânico Financial Times, indicaram que Musharraf estava preparado para renunciar, nove anos depois de tomar o poder por meio de um golpe de Estado militar.
"Musharraf não enfrentará um processo de destituição nem será julgado. Esperamos um importante acontecimento nas próximas 48 horas", ressaltou o Wall Street Journal, citando uma fonte não identificada. O ex-vice-ministro da Informação no governo anterior de Musharraf e aliado do mandatário, Tariq Azim, frisou que "estão sendo realizadas negociações e muitas pessoas querem que essa questão seja resolvida de forma amistosa, sem chegar à destituição".
Na quarta-feira à noite, o chefe de Estado lançou um último apelo, pedindo a "reconciliação", em sua primeira intervenção pública desde que a coalizão do governo anunciou no dia 7 de agosto o início do procedimento de destituição. Nenhum presidente do Paquistão foi destituído até agora. Os líderes da coalizão disseram que estão terminando de redigir a ata de acusação contra Musharraf e é provável que a apresentem à câmara baixa na próxima segunda-feira.