O Ocidente está ficando preocupado com o impacto do conflito entre Geórgia e Rússia no fornecimento de petróleo da região. Apesar de a Geórgia não produzir petróleo, um oleoduto atravessa o país vindo do Azerbaijão, na região do Mar Cáspio, e vai em direção ao Ocidente. Além de petróleo, o duto transporta gás natural. Desde que o presidente Mikhail Saakashvili subiu ao poder em 2004, dois novos dutos foram construídos, e ambos são ameaçados pelo atual conflito.
No sábado, a petrolífera estatal do Azerbaijão informou que as exportações de petróleo pelos portos georgianos de Batumi e Kulevi foram suspensas devido aos conflitos na região de Ossétia do Sul. O primeiro ministro da Geórgia, Lado Gurgenidze, afirmou que aviões russos estariam sobrevoando o oleoduto BTC (Baku-Tbilisi-Ceyhan), que liga Baku, no Azerbaijão, até o porto turco de Ceyhan, passando pela Geórgia, com 1.774 quilômetros de extensão e capacidade para transportar 1,2 milhão de barris por dia.
A gigante do petróleo britânica BP PLC afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não há informação sobre qualquer bombardeio nas proximidades do oleoduto BTC. A BP tem uma participação de 30% no oleoduto, que custou US$ 3 bilhões, juntamente com outros dez parceiros, entre eles os grupos norte-americanos Chevron Corp. e ConocoPhilips.
Paul Stevens, analista da área de petróleo da consultoria britânica Chatham House, disse que, mesmo que o oleoduto BTC deixe de funcionar por cerca de duas semanas, esta interrupção não deverá ter efeitos expressivos na oferta global do combustível. Para a analista Natália Leshchenko, da Global Insight, os dutos apenas estarão em perigo se a guerra aumentar de intensidade. As informações são da Dow Jones.