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Em meio a protestos, cresce aprovação de Morales

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Outro protesto contra o governo da Bolívia abriu nesta segunda-feira (04/08) uma semana crucial antes do plebiscito do próximo domingo, enquanto uma pesquisa de opinião assegura que o presidente Evo Morales e alguns dos seus maiores rivais serão ratificados nos cargos. A pesquisa, feita pela Captura Consulting e publicada nesta segunda, indica que Morales será ratificado no cargo com 54% dos votos, cinco pontos a mais que o apontado na última pesquisa, de 21 de julho. A empresa entrevistou 2,1 mil pessoas nos nove departamentos (Estados) do país e tem uma margem de erro de 2,1%

Na noite de domingo, 25 líderes cívicos do departamento de Santa Cruz, o reduto opositor a Morales, iniciariam uma greve de fome pela devolução de fundos do faturamento obtido com o petróleo, que o governo confiscou para pagar uma aposentadoria vitalícia aos idosos do país. O protesto é chefiado pelo presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz, Branko Marinkovic, adversário de Morales, e o governador Rubén Costas também poderá aderir aos protestos. A greve de fome também poderá ter o apoio de outros departamentos governados pela oposição. Enquanto isso, professores das escolas públicas e mineiros informaram nesta segunda que continuarão mobilizados pela reformas nas aposentadorias.

Já Morales visitou várias municipalidades, onde entregou fundos de cooperação distribuídos pelo governo venezuelano para obras de infra-estrutura. Em todos os eventos públicos onde aparece, ele afirma que o que está em jogo na Bolívia são duas formas diferentes de ver o país: a das privatizações e a da reforma estatista que seu governo impulsiona.

Morales foi eleito com 53,7% dos votos em 2005. O plebiscito incluirá o vice-presidente Alvaro García - com o nome na mesma chapa do presidente - e oito dos nove prefeitos (governadores), seis dos quais são adversários de Morales. A governadora de Chuquisaca, Savina Cuéllar, está fora da disputa porque foi eleita recentemente

Polarização
A pesquisa da Captura Consulting, publicada pelo diário La Prensa, indica que Costas deverá ser ratificado como governador de Santa Cruz com 74% dos votos. Também deverão ser ratificados nos cargos os governadores opositores de Beni, Ernesto Suárez; e de Tarija, Mario Cossio. O governador de Potosí (partidário do governo), Mario Virreira, deverá ser ratificado no cargo. Perderiam os governadores opositores de La Paz, José Luiz Paredes, e de Pando, Leopoldo Fernández. Em dois departamentos, a situação eleitoral não é clara.

O objetivo do referendo na Bolívia é resolver a crise política entre Morales e a oposição, que se arrasta há quase dois anos. Analistas políticos dizem, no entanto, que a polarização poderá se aprofundar ainda mais após o plebiscito. O chanceler da Bolívia David Choquehuanca declarou hoje que Morales não dirá sua mensagem da festa nacional de 6 de agosto a partir de Sucre, a capital histórica do país. Choquehuanca disse que Morales decidiu não ir à Sucre após o governo do departamento ter excluído o mandatário das cerimônias, que serão comandadas pelo presidente da Suprema Corte, Eddy Fernández. Na semana passada, a governadora Savina Cuéllar disse que a segurança de Morales não poderia ser garantida se ele fosse a Sucre.