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Poluição diminui em Pequim, mas polêmica ameaça ofuscar os Jogos

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PEQUIM - Os ventos fortes contribuíram nesta terça-feira (29/07) para livrar o céu de Pequim da poluição que ameaça os Jogos Olímpicos, mas as autoridades ainda não podem respirar aliviadas em relação à questão dos Direitos Humanos na China. Após alguns dias alarmantes, nos quais a chegada dos atletas coincidia com uma espessa nuvem de poluição na capital, a visibilidade em Pequim melhorou consideravelmente graças aos fortes ventos e, segundo as autoridades, ao êxito na batalha contra a poluição. "Já foram adotadas importantes medidas e foram obtidos grandes resultados", declarou à imprensa Du Shaozhong, chefe adjunto do Gabinete do Meio Ambiente de Pequim, dez dias antes dos Jogos. Dentre essas medidas para melhorar a qualidade do ar, citou o rodízio de automóveis, a retirada de 300 mil veículos poluidores e o fechamento de várias fábricas situadas nas imediações de Pequim, com um resultado de 20% de melhora. Apesar do vento, procedente sobretudo de uma tempestade tropical que chegou do sudeste, o presidente do Comitê Olímpico Australiano, John Coates, declarou que não havia notado mudanças em relação a sua última visita em março. "Não parece ter havido grandes melhorias. Esperamos que sejam postas em prática mais soluções e que haja avanços", disse Coates, que chegou na segunda-feira a Pequim com alguns membros da equipe olímpica australiana. Outro ponto polêmico que paira sobre os Jogos Olímpicos é a questão do respeito aos Direitos Humanos por parte das autoridades comunistas chinesas. A Anistia Internacional e outros críticos aumentam a pressão à medida que se aproxima a data da inauguração. "A menos que haja uma mudança radical por parte das autoridades, o legado dos Jogos Olímpicos não será positivo para os Direitos Humanos na China", advertiu a Anistia em um relatório. "De fato, a repressão contra os defensores dos Direitos Humanos, os jornalistas e os advogados se intensificou porque Pequim é sede dos Jogos Olímpicos", acrescentou. A primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, se juntou à campanha da Anistia Internacional destinada a pressionar a China para que melhore a situação dos Direitos Humanos, informou em Wellington o grupo. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Liu Jianchao, refutou as acusações da Anistia Internacional. "Todo aquele que conhece a China não concordará com esse relatório sobre a deterioração dos Direitos Humanos na China", assegurou. Um advogado anunciou que uma ativista que lutou pelos direitos das pessoas expulsas de suas casas por causa dos Jogos será julgada na próxima segunda-feira, a quatro dias da abertura. Ni Yulan, que há anos auxilia as vítimas de expropriações forçadas na capital para que várias áreas fossem "limpas" para a construção de instalações olímpicas, já havia sido presa por três meses, segundo seu advogado, Hu Xiao.