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Seis são feridos em enfrentamentos entre grupos palestinos em Gaza

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GAZA - Enfrentamentos armados deixaram vários feridos neste domingo (27/07), em Gaza, onde o Hamas realiza operações de represálias contra movimentos rivais depois de um atentado que custou a vida de cinco ativistas e uma menina na sexta-feira. Estes choques começaram na noite de sábado, quando a polícia do Hamas tentou prender membros do Exército do Islã, um pequeno grupo suspeito de ter vínculos com a Al-Qaeda. O atentado de sexta, que custou a vida de cinco ativistas do Hamas e de uma menina em Gaza, além da detenção de dezenas de simpatizantes do Fatah, intensificou as tensões entre os dois principais movimentos palestinos. Cinco membros das Brigadas Ezzedine al Qassam, o braço militar do Hamas, e uma menina de cinco anos foram mortos e 20 outras pessoas, feridas por uma bomba, na madrugada de sexta-feira, perto de uma praia da cidade de Gaza, segundo fontes médicas. Algumas horas após o atentado, as forças do Hamas detiveram dezenas de pessoas, a maioria membro do Fatah, o movimento rival dirigido pelo presidente Mahmud Abbas, segundo testemunhas. Este atentado, se confirmado que foi cometido pelo Fatah, constitui a ocorrência mais sangrenta entre o Hamas e o Fatah em oito meses na Faixa de Gaza. Em novembro, sete membros do Fatah foram mortos por membros dos serviços de segurança do Hamas. "Este ato criminoso prova que o apelo ao diálogo lançado de Ramallah (NDLR o quartel general de Mahmud Abbas) é uma mentira destinada a jogar areia nos olhos das pessoas e dissimular um complô para matar e aterrorizar nossas forças de segurança", afirmou por sua vez o Hamas em um comunicado. Os islamitas fizeram alusão ao apelo à reconciliação entre os dois principais movimentos políticos palestinos lançado em junho por Abbas. Este apelo na verdade não foi atendido. "O Fatah está por trás deste crime", disse um alto responsável do Hamas, Khalil al-Haya, a milhares de simpatizantes reunidos para os funerais dos ativistas mortos. "Os que cometeram este crime declararam guerra ao islamismo e à resistência (palestina)", acrescentou. Milhares de palestinos desfilaram pouco antes pelas ruas no cortejo das vítimas, atirando para o alto e gritando vingança. O governo do Hamas se reuniu em caráter de urgência. O Hamas tomou o poder na Faixa de Gaza em junho do ano passado após um golpe contra o Fatah, que agora controla apenas a Cisjordânia. A maioria dos membros dos serviços de segurança da Autoridade Palestina fugiu da Faixa de Gaza e foi buscar refúgio na Cisjordânia. Segundo um responsável do Fatah, que pediu anonimato, as forças de segurança do Hamas detiveram mais de 120 membros do Fatah e revistaram pelo menos 41 escritórios do movimento ou de associações ligadas a ele, confiscando computadores e documentos. Entre as pessoas detidas está um cinegrafista do canal de televisão alemão ARD, Sawah Abou Safe, indicaram responsáveis palestinos. O escritório do presidente Abbas desmentiu, por sua vez, qualquer envolvimento na "misteriosa explosão" e acusou elementos do braço armado do Hamas de estar na origem deste atentado, que teria sido organizado no contexto de um conflito entre diferentes facções do movimento islamita. O presidente Abbas está na Jordânia para discussões sobre o "desenvolvimento nos territórios palestinos e o diálogo nacional", segundo um porta-voz. O atentado aconteceu pouco depois de dois outros incidentes na Faixa de Gaza. Um palestino foi morto e quatro ficaram feridos na noite de quinta para sexta-feira por uma bomba perto de um café no centro da cidade de Gaza. Uma segunda bomba explodiu na mesma madrugada perto da casa de um responsável do Hamas, Marwan Abou Ras, em frente ao órgão do movimento islamita que publica as fatwas, textos religiosos. O explosivo não deixou vítimas. A polícia do Hamas deteve em seguida dois membros do Fatah.