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Grupos católicos pedem ao Papa que autorize métodos anticoncepcionais

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ROMA - Cerca de 60 organizações católicas dissidentes pediram nesta sexta-feira (25/07) ao Papa Bento XVI que autorize a contracepção em uma carta publicada 40 anos depois da encíclica que proibiu seu uso e dividiu profundamente a Igreja Católica. Estas organizações de vários países europeus, americanos e latino-americanos denunciaram os "efeitos catastróficos" da proibição da contracepção entre os pobres e mais fracos nesta carta aberta publicada pelo Corriere della Sera. Nela, os católicos reivindicam o direito de "planejar sua vida familiar, de forma segura e com boa consciência". Esta iniciativa pouco habitual se tornou pública no 40ª aniversário da publicação da encíclica Humanae Vitae, que fundamenta a proibição da contracepção pela Igreja Católica. "Este documento firmado pelo Papa Paulo VI em 25 de julho de 1968, provocou na época uma oposição sem precedentes no seio da Igreja Católica", reconheceu nesta sexta-feira o Osservatore Romano, o jornal do Vaticano. A publicação definiu este texto, que tem valor de lei para a Igreja Católica, uma posição adotada contra a "contracepção por meios artificiais, o hedonismo e as políticas de planejamento familiar". Os assinantes da carta aberta consideram que a política promovida pela encíclica "coloca em risco a vida das mulheres e expõe milhões de pessoas ao vírus da Aids". "Os efeitos desta proibição foram particularmente devastadores no sul do mundo, onde a hierarquia católica exerce uma influência considerável sobre as políticas de planejamento familiar", destacaram as organizações.