MADRI - Cerca de 100 mil imigrantes, a maioria latino-americana, poderão recorrer ao Plano de Retorno Voluntário do governo espanhol para voltar a seu país de origem, disse nesta sexta-feira a vice-presidente do executivo, María Teresa Fernández de la Vega. A maioria dos imigrantes que devem se beneficiar deste Plano de Retorno Voluntário a partir de setembro é procedente de Marrocos, Equador e Colômbia, destacou, em entrevista à imprensa depois do conselho semanal de ministros.
Este plano que o governo quer aplicar prevê que os imigrantes que voltarem a seus países possam cobrar duas vezes o seguro-desemprego que corresponda ao seu tempo de trabalho na Espanha: o primeiro de 40% do total e o segundo de 60%, um mês depois da volta a seu país de origem. No entanto, os trabalhadores que recorrerem a este plano deverão esperar três anos para poder pedir nova autorização para viver e trabalhar na Espanha.
Em contrapartida, depois de cinco anos, terão direitos preferenciais para voltar e fazer parte do contingente de trabalhadores que a Espanha poderá solicitar, destacou a vice-presidente espanhola. Segundo ela, a medida pretende favorecer o desenvolvimento dos países emissores com o retorno de pessoas qualificadas, com experiências e certos recursos para continuar trabalhando em seu país de origem e contribuir para sua economia.
Como já antecipou há algumas semanas o ministro do Trabalho e Imigração, Celestino Corbacho, a iniciativa é de caráter permanente e não conjuntural, devido ao brusco freio econômico na Espanha. O número de imigrantes vem aumentando muito na Espanha há dez anos: passou de 500 mil em 1996 a 5,22 milhões, do total de 45 milhões de habitantes hoje.