O rei belga Albert II rejeitou, nesta quinta-feira (17/07), a renúncia apresentada pelo primeiro-ministro Yves Leterme, na última segunda, anunciou um porta-voz do Palácio Real.
O democrata-cristão flamengo Yves Leterme, que havia proposto sua demissão por não ter conseguido negociar uma reforma do Estado belga entre francófonos e flamengos, permanecerá no cargo.
O governo, do qual se ignora, por enquanto, se haverá reforma, deverá aplicar o programa socioeconômico acordado recentemente entre os partidos da coalizão formada em março passado e ainda terá de "facilitar" um diálogo institucional, que três personalidades estão encarregadas de preparar.
Essa missão caberá aos ministros francófonos François-Xavier de Donnea (liberal) e Raymond Langendries (centrista), assim como ao ministro-presidente da pequena comunidade germanófona da Bélgica, Karl-Heinz Lambertz, acrescentou o Palácio.
Terão de "examinar de que maneira podem ser oferecidas garantias para realizar, com credibilidade, um diálogo institucional" e apresentar um relatório ao rei antes do fim do mês, também de acordo com a nota.
A impossibilidade de iniciar esse diálogo originou a crise política em que a Bélgica se encontra mergulhada desde as eleições legislativas de junho de 2007.
Francófonos e flamengos têm mais dificuldades de chegar a um acordo sobre a maneira de reformar as instituições para uma maior autonomia às três regiões do país - Flandres, Valônia e Bruxelas -, em especial, à primeira, a mais rica e populosa e onde o movimento autonômico tem maior força.