NAHARIYA - Milhares de israelenses participaram nesta quinta-feira (17/07) nos funerais de Ehud Goldwasser, um dos dois soldados cujos corpos foram devolvidos na véspera pelo Hezbollah libanês, enquanto que Beirute aguardava a chegada de 199 corpos de combatentes restituídos pelo Estado hebreu, que também libertou cinco presos libaneses.
Familiares, amigos e pessoas anônimas se reuniram no setor militar do cemitério de Nahariya (norte de Israel) para prestar uma última homenagem ao soldado, capturado em Israel em uma operação do Hezbollah em 12 de julho de 2006 junto a outro soldado israelense, Eldad Regev, que será enterrado nesta quinta à tarde.
A família do soldado Gilad Shalit, refém do movimento islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza desde o final de junho de 2006, também estava presente, assim como vários deputados, entre eles o ex-primeiro-ministro e líder da oposição de direita (Likud), Benjamin Netanyahu. "Para ti, defender o país era um privilégio e não um dever, e eu te beijei como de costume antes que partisse. Nunca te esquecerei", disse Karnit Goldwasser, a viúva do soldado, que teria completado 33 anos na sexta-feira passada.
Ehud Barak, presente no funeral, prometeu: "como ministro da Defesa, se por desgraça um de nós cair nas mãos do inimigo, faremos todo o possível para levá-lo de volta para casa". No Líbano, vários caminhões com os restos dos 199 combatentes libaneses e palestinos entregues por Israel saíram nesta quinta de Naqura (fronteira sul do Líbano) para o sul de Beirute, reduto do Hezbollah, onde se prepara uma cerimônia em homenagem aos "mártires".
Os caixões, envoltos com as bandeiras libanesa ou palestina segundo a origem dos corpos, foram depositados em caminhões ornados com flores e com a inscrição "Operação Al-Radwane". O Hezbollah batizou a operação com o nome de um de seus mais importantes dirigentes militares, Imad Mughniye, morto em fevereiro em Damasco em um atentado que o movimento xiita atribuiu a Israel.
Em uma cerimônia organizada pelo Hezbollah antes da partida da caravana para Beirute, as pessoas jogaram flores brancas e arroz sobre os caixões. O Irã saudou nesta quinta-feira a libertação dos cinco prisioneiros libaneses, classificando-a de "êxito" para o movimento xiita e para o povo libanês, segundo a agência estatal Irna.