WASHINGTON - Acabar com a guerra no Iraque de forma responsável e vencer o combate contra a Al-Qaeda e os talibãs são os dois principais objetivos fixados nesta terça-feira (15/07) pelo candidato democrata à Casa Branca Barack Obama, caso se torne o próximo presidente americano.
O senador de Illinois, que vai iniciar uma turnê pela Europa e o Oriente Médio na próxima semana e, em data ainda não especificada por razões de segurança, pelo Iraque e o Afeganistão, criticou duramente o presidente George W. Bush e seu adversário republicano John McCain num discurso cujos trechos foram divulgados antecipadamente por seu comitê de campanha.
"Como o presidente Bush e o senador John McCain devem ter se dado conta, o front central da guerra contra o terrorismo não é o Iraque, e nunca foi", diz Obama no discurso previsto. "A base Al-Qaeda está se expandindo no Paquistão, provavelmente não mais longe de seu santuário afegão que um trajeto de trem entre Washington e Filadélfia", acrescentou Obama, destacando que "se houver um novo atentado contra nossa pátria, virá provavelmente da mesma região onde o 11 de Setembro foi preparado. E no entanto hoje temos cinco vezes mais militares no Iraque do que no Afeganistão.
"Esta guerra (no Iraque) pesa sobre nossa segurança, nosso estatuto no mundo, nosso exército, nossa economia e os recursos necessários para enfrentar os desafios do século XXI", acrescentou o senador de Illinois, que foi contra a guerra no Iraque desde 2002, antes mesmo de ela ser lançada.
O candidato democrata destacou sua vontade de "acabar com a guerra no Iraque de maneira responsável, vencer a luta contra a Al-Qaeda e os talibãs, manter as armas e os materiais nucleares longe do alcance dos terroristas, atingir uma verdadeira segurança energética, reconstruir nossa aliança para estar à altura dos desafios do século XXI". Obama explicou que deseja desenvolver uma estratégia de segurança para os Estados Unidos não se concentre apenas sobre Bagdá, mas também sobre Kandahar e Karachi, Tóquio, Londres, Pequim e Berlim.
Obama, que segundo uma pesquisa publicada nesta terça-feira possui uma vantagem de nove pontos sobre McCain, deve ainda convencer que seria um bom comandante-em-chefe. Segundo uma outra pesquisa publicada nesta terça-feira, somente 48% dos americanos vêem nele um bom comandante-em-chefe, contra 72% que pensam o mesmo sobre John McCain, um ex-prisioneiro de guerra no Vietnã.
Mas esta pesquisa para o Washington Post e o canal ABC coloca os dois em pé de igualdade pela confiança que inspiram para administrar a guerra no Iraque (McCain 47%, Obama 45%). Os entrevistados se mostraram divididos sobre a oportunidade de um calendário de retirada, defendido por Barack Obama (50% se dizem favoráveis, e 49% contra).
Já reagindo ao discurso de seu adversário democrata, John McCain criticou o método de Obama que, segundo o senador do Arizona, apresenta um plano para o Iraque e o Afeganistão antes mesmo de ter encontrado os responsáveis militares americanos nesses territórios.
"Notei que Obama falou hoje de seu plano para o Iraque e o Afeganistão antes mesmo de chegar lá, antes de ter discutido com o general (David) Petraeus, antes de ter constatado os avanços realizados no Iraque e antes de ter colocado pela primeira vez o pé no Afeganistão", disse McCain em um comunicado divulgado por seu comitê de campanha. "Segundo minha experiência, as missões de informação funcional geralmente melhor no sentido inverso: primeiro você avalia a situação no território, depois você apresenta uma nova estratégia", acrescentou o candidato republicano.