CARTUM - O presidente sudanês Omar al-Bashir, contra quem o procurador da Corte Penal Internacional (CPI) exigiu nesta segunda-feira (14/07) um mandado de prisão por genocídio e crimes contra a humanidade cometidos em Darfur, é o 3º presidente em exercício julgado pela justiça internacional.
CHARLES TAYLOR: O presidente liberiano Charles Taylor foi indiciado em março de 2003 por onze acusações de crimes de guerra e crimes contra humanidade pelo Tribunal Especial para Serra Leoa (TSSL). Ele ocupava então a Presidência da Libéria, posto para o qual esse antigo senhor da guerra havia sido democraticamente eleito em 1997. Ele é atualmente julgado pelo TSSL em Haia.
SLOBODAN MILOSEVIC: O presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, eleito em 1997, foi acusado em maio de 1999 pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia por crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos pelo Exército iugoslavo contra civis no Kosovo. Seu interminável processo, que reunia acusações por todos os conflitos que desmembraram a ex-Iugoslávia nos anos 90, foi bruscamente interrompido pela morte do acusado na prisão em março de 2006.
HISSÈNE HABRÉ: O Senegal foi escolhido pela União Africana (UA) em julho de 2006 para realizar o julgamento do ex-presidente chadiano Hissène Habré no poder de 1982 a 1990, e refugiado no Senegal após sua queda em dezembro de 1990. Ele é julgado por "crimes contra a humanidade". Hissène Habré foi acusado em 2000 em Dacar por "cumplicidade em atos de tortura", mas a justiça senegalesa foi declarada em 2001 "incompetente" para julgar crimes cometidos fora do Senegal. Em abril de 2008, o Senegal promoveu mudanças constitucionais que devem permitir o julgamento do ex-presidente chadiano. Hissène Habré também é alvo de um processo na Bélgica.