SAN DIEGO - O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu uma reforma migratória em seu primeiro ano de governo e ofereceu alternativas tributárias para um seguro de saúde, em discurso, neste domingo, a uma platéia de hispânicos, na Califórnia (oeste). "Lutei com vocês (os latinos) no Senado a favor de uma reforma migratória integral e darei prioridade absoluta a ela no primeiro ano de minha presidência", disse Obama, durante a 40ª Conferência Anual, em San Diego (sul da Califórnia), do Conselho Nacional da Raça, uma das organizações hispânicas mais influentes nos EUA.
Em um discurso de menos de meia hora, o candidato fez questão de citar os pontos que mais preocupam a primeira minoria do país de 44 milhões de pessoas: os ilegais, a carência do seguro de saúde e a educação. Obama defendeu um marco legal para legalizar os trabalhadores clandestinos "não apenas para assegurar as fronteiras e assumir o controle de quem entra no país e não apenas porque temos de tomar medidas estritas contra os empregadores que abusam dos ilegais, mas porque temos de tirar, finalmente, essas 12 milhões de pessoas das sombras", declarou, arrancando aplausos.
O candidato democrata também ofereceu um plano para sair da crise do seguro de saúde, baseando-se em uma proposta de sua ex-adversária na disputa pela indicação do partido, a senadora Hillary Clinton, que consiste em dar crédito a pequenas empresas que fornecerem seguro de saúde a seus funcionários. "Sabemos que as empresas pequenas são o motor da prosperidade em nossas comunidades, especialmente nas comunidades latinas. E, no meu plano, se você tem uma pequena empresa e quer dar seguro médico para seus funcionários, nós te daremos crédito contributivo para ajudar você a pagá-lo".
Obama esclareceu que o plano não imporá cargas adicionais a essas empresas, "apenas estimulará novos trabalhos com seguro médico, trabalhos que ficam no país". Diante de cerca de 2 mil pessoas, no centro de convenções de San Diego, Obama se apresentou como um homem que conhece as dificuldades "do sistema" para as famílias de imigrantes e falou de sua experiência pessoal, lembrando do pai, que "veio do Quênia há muitos anos, com a esperança de que aqui, nos EUA, é possível progredir". "Mas não posso fazer isso sozinho, preciso de vocês! Não se enganem: a comunidade latina tem essas eleições nas suas mãos", declarou, pedindo o voto da platéia.