Pequim - Os negociadores retomaram nesta quinta-feira (10/07) os trabalhos sobre o desarmamento nuclear da Coréia do Norte. A intenção do grupo era estabelecer uma agenda para os próximos meses para verificar as informações do inventário entregue pelo Estado comunista sobre seu programa nuclear. As negociações envolvem seis partes. Além da Coréia do Norte, participam China, Estados Unidos, Coréia do Sul, Rússia e Japão.
A mais recente rodada de negociações ocorre após Pyongyang entregar uma longamente aguardada relação de itens de suas atividades no setor. Além disso, o país destruiu uma torre de resfriamento de seu principal reator nuclear como demonstração do comprometimento do país com o desarmamento.
"Eu quero enfatizar que todos nós reunidos aqui compartilhamos os mesmos objetivos estratégicos", afirmou o enviado nuclear da China, Wu Dawei, no início das negociações. Segundo Wu, o objetivo final é uma península coreana não nuclear. Christopher Hill, subsecretário de Estado dos EUA, explicou que, após um acordo entre os países, o processo de verificação "deve demorar várias semanas ou mesmo meses".
Como resposta às recentes iniciativas norte-coreanas, os Estados Unidos se comprometeram a retirar o país de uma lista de Estados acusados de financiar o "terrorismo". Além disso, algumas sanções econômicas contra Pyongyang serão relaxadas. O impasse sobre o tema começou no fim de 2002, quando Washington acusou a Coréia do Norte de buscar secretamente enriquecer urânio, em violação a um acordo de desarmamento de 1994. Anteriormente, os EUA insistiam que Pyongyang detalhasse seu suposto programa de enriquecimento de urânio, bem como sua cooperação no setor nuclear com a Síria.
Agora, o país aparentemente recuou dessa demanda, gerando críticas dos conservadores norte-americanos, segundo os quais o governo do presidente George W. Bush está indo longe demais para garantir um acordo antes de deixar o cargo, no início do próximo ano.