PARIS - A ex-refém franco-colombiana Ingrid Betancourt negou há pouco que a operação militar do exército colombiano que foi concluída com sua libertação tenha sido "encenação", durante entrevista à imprensa, horas depois de sua chegada à capital francesa.
"Francamente, não creio que possam me enganar facilmente. Não creio que tenha sido uma encenação. Havia tensão, e muito estresse", acrescentou.
A Rádio Suíça Romanda (RSR) informou que dirigentes da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) teriam recebido milhões de dólares para liberar Betancourt e os outros 14 reféns, uma notícia desmentida por Paris e Bogotá.
"Os 15 reféns foram comprados na realidade a preço alto. Depois disso toda a operação foi uma encenação", afirmou a rádio pública.
Quase US$ 20 milhões foram entregues aos seqüestradores, segundo a RSR, que cita uma "fonte ligada aos acontecimentos, confiável e testada em reiteradas ocasiões nos últimos anos". A emissora acrescentou que os Estados Unidos estiveram na "origem da transação".
A França reagiu afirmando que não pagou qualquer resgate à guerrilha das Farc pela libertação de Ingrid Betancourt, ocorrida quarta-feira durante uma operação do Exército colombiano.
Bogotá também foi taxativo em negar a informação. "O governo colombiano não pagou um centavo sequer", afirmou o comandante das forças militares, general Freddy Padilla.
O general colombiano assinalou que, se isso tivesse acontecido, para o governo colombiano teria sido mais proveitoso difundir a informação, porque isso demonstraria o desmoronamento interno das fileiras rebeldes".