"Eu devo minha vida à França": a ex-refém Ingrid Betancourt contou nesta sexta-feira (04/07), no avião que a levava da Colômbia para a França, que quer dividir sua felicidade de estar livre com os franceses.
"Eu devo minha vida à França. Se a França não tivesse lutado por mim, eu não estaria fazendo esta viagem extraordinária", disse aos jornalistas a bordo, quando o Airbus presidencial se aproximava de Paris, onde conhecerá o presidente Nicolas Sarkozy e sua esposa Carla Bruni.
Sorrigente, vestida com um tailleur claro, Ingrid Betancourt disse que conseguiu dormir no Airbus presidencial, após o turbilhão deste momento pela agitação da imprensa, e a emoção de reencontrar quinta-feira seus filhos Mélanie, 22 anos, e Lorenzo, 19 anos, no aeroporto de Bogotá. "Estou num mar de felicidade", contou, "Eu quero transmitir a vocês esta felicidade, dividi-la com os franceses".
"A França foi meu apoio não somente do ponto de vista moral como também por seu peso, por ter recusado qualquer operação militar e impedido o governo colombiano de lançar operações militares para libertar reféns pela força", continuou Betancourt.
"As Farc sabiam que a França era para mim e isso impediu que houvesse represália contra mim", acrescentou. Ela citou o caso de um de seus companheiros de cativeiro que fugiu, mas foi pego e fuzilado. "Se a França não estivesse por trás, provavelmente eu teria tido o mesmo destino", afirmou. "Estou me sentindo muito bem. Nunca estive tão forte espiritualmente", declarou.
Entre seus projetos futuros, ela pretende ir para a Birmânia encontrar Aung San Suu Kyi, a dirigente da oposição birmanesa que foi mantida em isolamento, e "abraçá-la".
Ela reiterou seu desejo de encontrar o Papa. "Irei ao Vaticano assim que me disserem que poderei abraçar o Papa". "A idéia de tocar o Papa, é de estar um pouquinho mais perto de Deus, é uma maneira de dizer 'obrigada'".
Política
"Por enquanto, eu me vejo longe dela (a política). Mas continuo tendo vontade de servir os colombianos", explicou a ex-candidata ecologista à presidência da Colômbia.
Um jornalista insistiu: isso se transformará em compromisso político? "Acho que não, mas há outras maneiras de servir. Por exemplo criando uma ONG para lugar contra os seqüestros na Colômbia", respondeu.
"Quero absolutamente lutar para libertar os reféns na Colômbia e no mundo", disse.