HAVANA - Pelo menos 16 opositores cubanos foram soltos, após serem detidos, em Havana, por algumas horas, em uma operação da polícia em diferentes pontos da ilha, afirmou uma comissão de direitos humanos, segundo a qual outros quatro dissidentes ainda podem estar presos.
"Pelo menos 16 de 20 detidos já estão em liberdade. Outros quatro ainda não chegaram às suas casas, de acordo com suas famílias", garantiu à AFP o presidente da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), Elizardo Sánchez.
Sánchez e os dirigentes Martha Beatriz Roque e Vladimiro Roca disseram que a operação envolveu cerca de 40 opositores, entre detenções de algumas horas em delegacia de polícia, prisões domiciliares, ou devoluções a suas províncias de origem.
Segundo a CCDHRN, o objetivo central da operação era "abortar" uma reunião prevista para a manhã desta quinta da chamada Agenda de Transição, da qual Roque e Roca são líderes.
A operação, lembrou a dissidência, aconteceu um dia depois de o governo ter advertido, em uma declaração, que não toleraria atos dos dissidentes nas ruas, após denunciar "uma escalada" opositora "instigada" pela Seção de Interesses de Washington em Havana (Sina).
Nessa quinta, em resposta, a Sina divulgou uma declaração do Departamento de Estado, na qual rejeitou a acusação e afirmou que "o povo cubano não precisa" de apoio externo para aliviar "a opressão" da "ditadura".
O governo cubano acusa os opositores de serem "mercenários" dos Estados Unidos, garantindo que a Sina é o "Estado-Maior" da "contra-revolução" e fornece dinheiro e equipamentos de comunicação aos dissidentes, entre outros recursos.