A Corte Constitucional colombiana decidiu nesta quinta-feira (03/07) que não vai revisar o processo de aprovação de uma emenda constitucional que permitiu a reeleição, em 2006, do presidente Álvaro Uribe. Na quinta-feira da semana passada, a Suprema Corte havia pedido uma investigação sobre a votação da emenda no Congresso em 2004 - o que, segundo analistas, poderia pôr em risco a legitimidade do segundo mandato de Uribe.
O ponto de partida do inquérito seria a confissão da ex-congressista Yidis Medina de que, na época, mudou seu voto na última hora porque autoridades do governo lhes ofereceram, em troca, cargos públicos. O voto de Yidis foi decisivo para a aprovação da emenda, que passou por 18 votos a 16. No fim de semana, Yidis foi condenada a 47 meses de prisão domiciliar por aceitar suborno.
Na Corte Constitucional, a decisão de não rever o processo de aprovação da emenda foi aprovada por oito votos a um. O argumento dos magistrados é que a Corte "não revisa nem reverte as próprias decisões". O vice-presidente da Ordem de Advogados da Colômbia, Eduardo Carreño, qualificou a decisão de "lamentável". "Foi um voto de apoio ao presidente", afirmou.