WASHINGTON - O resveratrol, antioxidante abundante no vinho tinto, desacelera a deterioração do organismo, sobretudo as funções cardiovasculares ligadas à idade, segundo o observado em cobaias sumetidas a um regime alimentar normal, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (03/07).
Esta pesquisa, conduzida e financiada em parte pelo Instituto Nacional Americano sobre o Envelhecimento (NIA), foi realizada após os resultados dos trabalhos de 2006 que mostraram que o resveratrol melhorava a saúde dos ratos que sofriam de excesso de peso.
As conclusões do último estudo confirmam os resultados das pesquisas anteriores e levam a pensar que o resveratrol, uma molécula encontrada nas uvas e nas amoras, principalmente, imita entre os ratos certos efeitos da redução de calorias, meio mais eficaz descoberto até agora para minimizar os efeitos da idade e prolongar a vida entre os mamíferos.
Estes últimos trabalhos, divulgados pela revista Cell Metabolism na edição de 3 de julho, podem ainda aumentar o interesse já grande gerado pelo resveratrol como tratamento potencial contra os danos da idade, ressaltaram os pesquisadores do NIA (Instituto Nacional da Idade - National Institute on Aging).
Eles destacaram ainda que sua pesquisa foi baseada em ratos e não em humanos e, portanto, não podem aplicar imediata e diretamente às pessoas cuja saúde é submetida a uma variedade de fatores totalmente diferentes dos que afetam os animais de laboratório.
Os cientistas compararam vários grupos de ratos. O primeiro era alimentado normalmente, o segundo submetido a um regime alimentar rico em calorias, e outro era alimentado um dia a cada dois. Alguns ratos de todos os grupos tinham um complemento de resveratrol fraco ou de alta dose. "O resveratrol produziu efeitos consideráveis sobre a saúde dessas cobaias", destacou o doutor Richard Hodes, diretor do NIA.
"Os efeitos benéficos provados para a saúde dos animais com restrições calóricas e a possibilidade de seus efeitos serem reproduzidos com o resveratrol confere um grande interesse a esta molécula", acrescentou.
Este estudo mostrou sobretudo que o resveratrol impediu nos ratos a deterioração de suas funções cardiovasculares resultantes do envelhecimento e do excesso de peso, como indicaram vários dados.
O colesterol total foi nitidamente reduzido entre os ratos de 22 meses e não obesos após dez meses de tratamento com resveratrol.
Além disso, a aorta dos ratos de 18 meses obesos e normais que tomaram um complemento de resveratrol funcionava muito melhor que as dos outros animais do estudo. Enfim, o resveratrol diminuiu a inflamação cardíaca.
Este antioxidante também melhorou o equilíbrio e a coordenação motora dos ratos mais velhos e vários outros sinais vitais.
Mas apesar desta melhora das funções vitais os ratos tratados com resveratrol, estes cientistas não constataram um aumento notável de sua longevidade.