BOGOTÁ - A mediação dos presidentes de Venezuela, Hugo Chávez, e do Equador, Rafael Correa, para resolver a crise dos reféns é importante desde que respeitem a democracia colombiana, disse a política franco-colombiana Ingrid Betancourt, resgatada nesta quarta-feira (02/07).
"Acho que a intermediação de Chávez e de Rafael Correa é muito importante. Acho que eles são aliados importantes nesse processo, mas sob um condicionante que tem de ser o respeito da democracia colombiana", frisou Ingrid, na entrevista coletiva dada em um aeroporto militar de Bogotá.
A ex-candidata à presidência, libertada junto com três americanos e 11 membros do Exército e da Polícia, enfatizou que "os colombianos elegeram Alvaro Uribe, não as Farc".
"Por isso, assim como o presidente Chávez e o presidente Correa conseguiram chegar ao comando de seu país pela via democrática, espero e peço a todos os povos irmãos do nosso continente que nos ajudem a fazer com que as transformações na Colômbia também se dêem pela via democrática", frisou.
Chávez intermediou com as Farc um plano para conseguir a libertação de pelo menos 39 reféns dessa guerrilha, entre eles Betancourt, em troca de 500 rebeldes presos.
A missão foi interrompida, em novembro, pelo presidente colombiano, alegando que Chávez estava a favor da guerrilha.
Correa também serviu de mediador, até fevereiro, mas, segundo ele, o bombardeio colombiano de 1º de março contra essa guerrilha, realizado no Equador, frustrou a entrega. O ataque, no qual morreu o número dois das Farc, Raúl Reyes, levou ao rompimento de relações entre Bogotá e Quito.