O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta quarta-feira (02/07), após a libertação da franco-colombiana Ingrid Betancourt e mais 14 reféns, que "não há mais futuro para a luta armada" no continente. O chanceler brasileiro pediu que o governo da Colômbia dê os mesmos benefícios de anistia concedida a grupos paramilitares colombianos aos integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). "Não há dúvidas de que as Farc estão enfraquecidas. Agora, terminar integralmente com o movimento é algo complexo que exige negociação", afirmou
Amorim relatou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a notícia de libertação de Ingrid Betancourt durante audiência com He Guoqiang, membro do Comitê Permanente do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China. Segundo o chanceler, o presidente considerou "excelente" o desfecho do seqüestro da ex-senadora. O ministro disse que o modo como ocorreu a liberação da ex-candidata à presidência da Colômbia, "aparentemente" sem mortes, foi uma das possibilidades discutidas nos encontros e conversas do governo brasileiro no exterior.
No mês passado, autoridades francesas voltaram a pedir ajuda do Brasil para resgatar Ingrid Betancourt. "Sempre dissemos que ajudaríamos, mas tínhamos dificuldades, pois o governo brasileiro não tinha contato com as Farc", disse. Amorim avaliou que a questão da guerrilha na Colômbia é uma ferida. "Eu creio que esta libertação sem mortes é muito positiva. O governo brasileiro felicita o governo colombiano pela operação aparentemente sem que tenha havido mortes, e isso demonstra eficiência do aparelho colombiano.
Lula deve entrar em contato nos próximos dias com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe. O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia que chegou a participar pessoalmente de tentativas de libertação, disse que se sentia aliviado.