TUCUMAN - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, qualificou nesta segunda-feira (30/06) de "indigna" e "lei da ignomínia" a 'Normativa de Repatriação', recém-aprovada pela União Européia (UE), após chegar à província argentina de Tucumán (norte) para participar da Cúpula do Mercosul.
"É indigna. É a lei da ofensa, da ignomínia", declarou Chávez, acrescentando que a norma "é o reflexo da grande hipocrisia das elites européias, como há pouco disse Fidel Castro".
O presidente elogiou a rejeição generalizada da Normativa na América do Sul, e que será formalizada pelo Mercosul no documento de conclusão da Cúpula. "Me parece muito boa a maneira unânime e firme como os governos da América Latina reagiram à ignomínia européia, exigindo que reflitam", disse.
Entretanto, considerou que se a medida não for reconsiderada pelo bloco europeu, "teremos que tomar providências, e no momento certo pensaremos nelas". "Isso não é só contra a América Latina, é também contra a África, contra os pobre do mundo. É a decisão dos ricos contra os pobres", afirmou o presidente.
A reação de Chávez foi uma das mais enérgicas na região. O presidente venezuelano chegou a ameaçar interromper o fornecimento de petróleo para a UE, assim como retirar seus investimentos dos países que decidirem aplicar a lei sobre a expulsão de imigrantes ilegais.
A lei de expulsão dos imigrantes clandestinos, aprovada no dia 17 de junho pelo Parlamento Europeu em Estrasburgo, estabelece um período de dentenção de até 18 meses e uma proibição de cinco anos para voltar a entrar na Europa.