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Brancos denunciam novos ataques a fazendas no Zimbábue

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HARARE - Pelo menos três fazendas de proprietários brancos, que contam com autorização temporária para permanecer em suas terras do Zimbábue, foram alvo de ataques de partidários do regime que deixaram três feridos, anunciou o sindicato ao qual estão afiliados, nesta segunda-feira (30/06). A polícia confirmou os ataques ocorridos no domingo e nesta segunda, mas os atribuiu a "criminosos do direito comum". As forças de segurança prenderam 16 pessoas e procuram outras 20, disse o porta-voz da polícia, Wayne Bvudzijena. Um dos agredidos foi o primeiro fazendeiro branco a conseguir, em um tribunal da África Austral, na Namíbia, o direito de permanecer temporariamente em suas terras, e sobre o qual pesava uma ameaça de expulsão, contou à AFP o vice-presidente do Sindicato de Agricultores Comerciais (CFU), Deon Theron. William Michael Campbell, sua mulher e o genro foram atacados e "agredidos duramente" no domingo por cerca de 20 assaltantes, que pediram que Campbell retirasse sua representação na Justiça, acrescentou Theron, cujo sindicato representa os últimos fazendeiros brancos no país. Em seguida, o mesmo grupo arremeteu contra uma segunda propriedade situada próximo e explorada por um fazendeiro que também ganhou sua causa em um tribunal regional. Nesta segunda, uma terceira fazenda sofreu o mesmo ataque, denunciou Theron. Esses ataques acontecem em um momento de forte crise do país, que tem como pano de fundo a reeleição do presidente Robert Mugabe, vista como uma "farsa" pelo Ocidente. Após a derrota do regime de Mugabe nas eleições gerais de 29 de março, dezenas de fazendas de brancos sofreram ataques. Algumas delas foram, inclusive, ocupadas por seguidores do partido no poder.