PARIS - Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu uma variante para um novo gene, cuja função, até agora desconhecida, é associada a um risco elevado de se desenvolver o mal de Alzheimer, de acordo com trabalhos publicados nesta sexta-feira (27/06) no periódico especializado Cell.
O estudo permitiu identificar uma proteína - produto desse gene batizado de "CALHM1" - envolvida na forma como o cálcio penetra nos neurônios, assim como no acúmulo de um composto essencial das placas senis observadas no cérebro dos doentes.
Com uma única cópia anormal do gene, aumenta em 44% o risco de se ter a doença e, com duas cópias, o risco é ainda mais significativo, como revela o estudo realizado com 3.304 pessoas.
"Descobrimos, rapidamente, que essa variante do gene estava associada à doença, mas o problema era que não sabíamos para que esse gene servia", destacou Philippe Marambaud (EUA), um dos autores.
Segundo ele, o "CALHM1" pode ser um alvo importante para um novo tratamento contra a formação de placas. O novo gene se ativa no cérebro, em uma zona precocemente afetada ao longo da doença, e intervém como um canal que controla a entrada do cálcio nos neurônios.
A variante do gene alterado regula o transporte do cálcio e aumenta, ao mesmo tempo, a produção de um composto essencial (peptídeo A-beta) das placas senis.
Essas investigações foram realizadas por duas equipes americanas, dirigidas por Philippe Marambaud e Fabien Campagne, em associação com duas equipes francesas do Inserm (Instituto de Pesquisa Médica) e pesquisadores britânicos e italianos.
O mal de Alzheimer é uma doença cerebral degenerativa e fatal que afeta, sobretudo, os mais idosos.