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Conferência sobre baleias termina sem acordo entre caçadores e ecologistas

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SANTIAGO - A Comissão Baleeira Internacional concluiu nesta sexta-feira (27/06) sua reunião anual com um bloqueio de posições que beneficiará o Japão, que poderá continuar com a caça científica - criticada pelos ecologistas - de mil cetáceos por ano, além registrar o fracasso da proposta de criação de um santuários para baleias no Atlântico Sul. O chamado 'Grupo de Buenos Aires', que reúne 13 países da América Latina, se absteve nesta quinta-feira de submeter à votação a proposta de criar uma grande área de preservação das baleias, do Equador até a Antártida. A proposta, que sofreu resistência do Japão - que realiza um programa de caça científica de baleias na Antártida -, será exposta, mas não votada. Santuário para baleias A decisão de não submetê-la à votação está baseada no anseio de não gerar confrontos durante as sempre tensas reuniões da CBI, embora esteja incluída nos pontos que um grupo de trabalho examinará a partir de setembro. Organizações de preservação da espécie fizeram um forte lobby a favor da iniciativa. O projeto buscava criar uma grande área protegida começando na linha do Equador e indo até o paralelo 60, na Antártida, onde ficaria proibida para sempre a captura dos cetáceos e se promoveria sua preservação, além do aproveitamento "não letal" de seus recursos. O aproveitamento "não letal" se refere à exploração turística dos grupos de baleias e outras atividades científicas. A proposta é defendida por 13 países da América Latina, que formam o chamado grupo de Buenos Aires. Criado em 2005, é composto por Argentina, Belize, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Peru e Urugui, além da Colômbia, que atua como país observador. A iniciativa já foi apresentada em reuniões anteriores da CBI. A última foi em Anchorage, nos Estados Unidos, onde foi votada mas não alcançou a maioria de 75% dos votos necessários para sua aprovação. Por outro lado, foi acertado um acordo para criar uma comissão de 24 países que, a partir de setembro, debaterão os aspectos controvertidos sobre a caça científica, os novos perigos como o aquecimento global ou as atividades como o avistamento de cetáceos.