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G8 faz advertências a Coréia do Norte, Irã e Zimbábue

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KIOTO - Os chanceleres do G8 advertiram nesta sexta-feira (27/06) a Coréia do Norte a renunciar a todas as armas nucleares e exigiram que o Irã suspenda as atividades de enriquecimento de urânio. Além disso, alertaram que não reconhecerão o governo do presidente zimbabuano, Robert Mugabe. Reunidos em Kioto para preparar a reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo do G8 em julho, os ministros das Relações Exteriores abordaram o dossiê norte-coreano, no mesmo dia em que o regime de Pyongyang demoliu uma torre de esfriamento do reator nuclear de Yongbyon. Apesar de ter celebrado o "passo importante" dado pela Coréia do Norte ao divulgar o conteúdo de seu programa nuclear, o G8 exigiu que o regime comunista renuncie a "todas as armas atômicas" e encontre uma solução rápida para o problema com o Japão sobre o seqüestro de nipônicos pelo serviço secreto norte-coreano. A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, destacou a importância de verificar estritamente o programa nuclear norte-coreano, cujo inventário foi entregue na quinta-feira pelo regime comunista. "Sabemos que a Coréia do Norte não cumpriu no passado suas obrigações. Por isso vamos controlar (o programa) muito atentamente", disse Rice. Os ministros do G8 também abordaram a crise do Irã, país que continua se recusando a suspender o enriquecimento de urânio. Eles pediram a suspensão das atividades e que Teerã atue de forma mais responsável e construtiva na região, em particular, no Iraque, Afeganistão e no processo de paz israelense-palestino. Também pediram maior cooperação do país com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A respeito do Zimbábue, os chanceleres do G8 advertiram que não reconhecerão o governo de Mugabe, que nesta sexta-feira organiza um segundo turno muito criticado pela comunidade internacional. "Não aceitaremos a legitimidade de nenhum governo que não reflete a vontade do povo zimbabuano", afirma um comunicado assinado pelos ministros dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Rússia. O encontro também pediu o fim da colonização israelense e o cessar da violência palestina que prejudicam o processo de paz no Oriente Médio. Iraque, Mianmar e Sudão foram outros temas abordados no encontro preparatório, com os chanceleres ressaltando os pedidos feitos nos últimos meses por seus governos a respeito de cada questão.