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Decisão da Coréia do Norte é bem recebida, mas com reservas

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NOVA YORK - A comunidade internacional saudou a decisão da Coréia do Norte de declarar e detalhar seus programas nucleares, mas alguns países a receberam com reservas. A declaração de Pyongyang, enviada nesta quinta-feira (26/06) à China, sua aliada e uma das seis partes envolvidas (com Estados Unidos, Japão, as duas Coréias e a Rússia) nas negociações sobre a desnuclearização da Coréia do Norte, é um acontecimento "muito encorajante", reagiu o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Depois de ter dito um dia que a Coréia do Norte fazia parte de um "eixo do mal", o presidente George W. Bush celebrou nesta quinta-feira com cautela a declaração nuclear da Coréia do Norte e anunciou passos imediatos para a suspensão das sanções contra o país comunista; mas advertiu que Pyongyang deverá cessar por completo as ambições nucleares. "Este é um dia positivo, é uma etapa positiva, resta muito a fazer e instauramos um processo para que isto aconteça de maneira verificável", disse Bush à imprensa na Casa Branca. Bush anunciou a suspensão das disposições da lei que proíbe o "comércio com o inimigo" e a notificação em breve ao Congresso da intenção de retirar a Coréia do Norte em 45 dias da lista de Estados terroristas. No entanto, as medidas terão pouco efeito sobre o isolamento diplomático e financeiro da Coréia do Norte, advertiu, porque seguirão em vigor muitas outras sanções americanas e internacionais. Bush disse também que a Coréia do Norte deve se ater aos demais compromissos assumidos nas negociações para o fim de seu programa nuclear e que haverá outras conseqüências se isto não for verificado. Além disso, Bush alertou a Coréia do Norte para o fato de que os Estados Unidos não esquecerão os seqüestros de japoneses pelos serviços secretos norte-coreanos nos anos 70 e 80. Já o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, mostrou-se contrário a um levantamento apressado das sanções contra Pyongyang. "O objetivo deve ser claro : a eliminação completa e verificável do programa de armamento nuclear da Coréia do Norte, que não fez senão se desenvolver", declarou o senador de Illinois (norte) em comunicado. No Japão, o ministro das Relações Exteriores, Mashiko Komura, pediu aos Estados Unidos a "coragem" de reconsiderar sua politíca em relação à Coréia do Norte se a declaração de Pyongyang sobre seus programas nucleares não for satisfatória. "A declaração é uma boa coisa, mas o problema está em seu conteúdo", disse Komura à imprensa. "As partes chegaram a um acordo sobre o fato de que a declaração será submetida à verificação e também analisada com base em uma série de princípios" relacionados, comentou o negociador chinês do dossiê nuclear norte-coreano, Wu Dawei. A Coréia do Sul, por sua vez, qualificou o gesto do Norte de "ponto de partida crucial" para um desarmamento completo. "A idéia de organizar a reunião (sobre o desarmamento nuclear da Coréia do Norte) na semana que vem está sendo objeto de discussões", reagiu o vice-ministro russo das Relações Exteriores Alexeï Borodavkine, enquanto que um de seus pares qualificou o gesto norte-coreano de "medida positiva". A França decidiu esperar as conclusões da AIEA (Agência internacional de Energia Atômica) sobre o desmantelamento nuclear na Coréia do Norte, antes da perspectiva de uma normalização com Pyongyang, anunciou em Tóquio o ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner. A França é a única potência européia a não ter aberto embaixada em Pyongyang.