Nairóbi - A Somália precisa de ajuda médica "urgente" para salvar a vida de milhares de crianças desnutridas e de adultos feridos presos, advertiu nesta quinta-feira (26/06) a Organização Não-Governamental humanitária Médicos Sem Fronteira (MSF). Somente em maio, os agentes do grupo atenderam mais de 2.500 crianças com quadro de desnutrição aguda nos arredores de Mogadiscio, a capital do país. Desde o início do ano, mais de 2 mil pessoas já foram tratadas por fraturas e outros ferimentos traumáticos. "A Somália não está mais à beira da catástrofe. O desastre está acontecendo neste exato momento", declarou Bruno Jochum, diretor de operações do grupo.
"A situação é trágica e não somos capazes de fornecer a ajuda necessária para evitar uma deterioração ainda maior da situação", acrescentou. O MSF divulgou uma breve filmagem hoje mostrando uma de suas clínicas no entorno de Mogadiscio. As imagens mostram crianças esqueléticas que parecem à beira da morte. Centenas de mulheres com bebês no colo formam uma fila na parte externa da clínica em busca de ajuda.
Os somalis têm poucas opções de fuga, uma vez que os principais entroncamentos de fronteira com países vizinhos estão fechados. A Somália não tem governo central desde 1991, quando senhores da guerra derrubaram o ditador Mohamed Siad Barre e depois voltaram-se uns contra os outros. Milhares de civis morreram no país a partir de 2007 em meio a disputas de lealdade a clãs, a grupos religiosos e ao governo.