BUENOS AIRES - A crise alimentar mundial e a polêmica lei de imigração da União Européia serão analisadas durante a XXXV Cúpula do Mercosul, em 30 de junho e 1º de julho, na cidade argentina de Tucumán (norte), disse uma fonte oficial à AFP, nesta terça-feira (24/06).
"É muito provável que os presidentes resolvam tratar do tema da segurança alimentar, apesar de não fazer parte da agenda oficial do encontro", revelou a fonte ao ser consultada pela AFP sobre a crise mundial de alimentos e sobre o papel de Brasil e Argentina como países agroexportadores.
Outro tema fora da agenda que fará parte das discussões será a polêmica lei aprovada, recentemente, pelo Parlamento europeu, que prevê a prisão e a expulsão de imigrantes ilegais no Velho Continente. "É quase certo que analisarão o tema", assinalou o porta-voz, lembrando que a lei provocou indignação entre as Nações sul-americanas.
Outro assunto central do encontro será a adoção do real e do peso no comércio entre Brasil e Argentina, o que terá um forte impacto no crescente intercâmbio bilateral, que este ano deve chegar a US$ 30 bilhões.
O secretário para a Integração Latino-Americana da chancelaria argentina, Eduardo Sigal, destacou que seu país está em condições de administrar o comércio exterior em pesos e reais.
"A Argentina concluiu a adequação normativa para iniciar as transações comerciais com o Brasil, usando a moeda local, pesos e reais, sem ter de converter ao dólar".
"Se o Brasil também avançou, é provável que haja um anúncio dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner, o que simplificaria as exportações e significaria uma redução de gastos das empresas".
Sigal destacou que o tema central da reunião será "a integração produtiva, que visa não apenas a tornar o Mercosul uma zona de livre comércio e de união aduaneira, mas também de complementação produtiva".
Os presidentes aprovarão um Programa de Integração Produtiva, outro de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva, e um Fundo Mercosul para apoiar a associação de pequenas e médias empresas dos países da região.
Além de Lula, já confirmaram presença Tabaré Vázquez (Uruguai), Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Michelle Bachelet (Chile) e Rafael Correa (Equador).