PARIS - O grande fluxo migratório e a alta natalidade têm colocado a taxa de crescimento populacional dos EUA bem à frente da Europa, apesar da menor expectativa de vida na América do Norte, revela uma pesquisa do Instituto nacional de Estudos Demográficos da França (Ined).
Em 2005, a população dos então 25 Estados-Membros da União Européia situava-se em 463 milhões de pessoas, contra 296 milhões nos Estados Unidos, segundo o Ined.
Contudo, ao longo dos últimos 20 anos, a população dos Estados Unidos cresceu três vezes e meia mais rápido, diz o demógrafo Gilles Pison, no relatório publicado na revista do instituto, "População e Sociedades".
Em 2050, a Europa poderá ver a sua população cair para menos de 460 milhões, enquanto que os Estados Unidos poderão crescer para 402 milhões, de acordo com projeções da ONU.
Isso se deve a vários fatores, segundo o Ined. A natalidade é muito maior nos Estados Unidos, com 14 nascimentos para cada mil pessoas, contra 10,5 por mil na União Européia.
Isso deixa os Estados Unidos "como parte da minoria mais fértil da humanidade", diz o relatório. A prática religiosa generalizada nos EUA, maior número de gravidez não planejada e a grande presença da minoria hispânica - com 2,9 filhos por mulher-, também ajudam a explicar as diferenças nas taxas de crescimento demográfico.
Um ponto importante, além disso, é o crescimento devido à imigração, disse o Ined. Na Europa, "se a população continua a crescer, é devido exclusivamente à imigração", disse o estudo.
Contudo, a expectativa de vida é mais alta na UE. Em 2005, as mulheres européias viviam em média 82 anos, enquanto que as mulheres americanas viviam 80,4 anos. Os homens europeus, por sua vez, viviam 75,8 anos, enquanto que os americanos viviam 75,2.