SANTIAGO - Os países latino-americanos contam com a reunião da Comissão Baleeira Internacional (CBI), que está sendo realizada nesta semana no Chile, para fazer avançar sua proposta de criar um santuário baleeiro no Atlântico Sul, embora a votação da proposta ainda não esteja garantida.
Organizações de preservação da espécie têm feito um forte lobby a favor da iniciativa.
O projeto busca criar uma grande área protegida começando na linha do Equador e indo até o paralelo 60, na Antártida, onde ficaria proibida para sempre a captura dos cetáceos e se promoveria sua preservação, além do aproveitamento "não letal" de seus recursos. O aproveitamento "não letal" se refere à exploração turística dos grupos de baleias e outras atividades científicas.
A proposta é defendida por 13 países da América Latina, que formam o chamado grupo de Buenos Aires. Criado em 2005, é composto por Argentina, Belize, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Peru e Uruguai, além da Colômbia, que atua como país observador.
A iniciativa já foi apresentada em reuniões anteriores da CBI. A última foi em Anchorage, nos Estados Unidos, onde foi votada mas não alcançou a maioria de 75% dos votos necessários para sua aprovação.
A proposta será apresentada novamente em Santiago, mas não é certo se será enfim submetida a votação. Nos debates iniciais, o ânimo dos delegados é evitar o confronto, explicou à AFP o delegado brasileiro, Bernardo Veloso.
"Criar uma extensa zona protegida é vital para vários países da região, que estão lucrando bem com o aproveitamento não letal", disse Veloso.