BERLIM - A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, pediu aos países doadores o cumprimento das promessas feitas à Autoridade Palestina e ajuda na construção de uma infra-estrutura de segurança que possibilite um Estado palestino. "A Autoridade Palestina elaborou uma lista completa de projetos que precisam de financiamento para que o setor judicial seja eficaz", afirmou Rice na abertura de uma conferência internacional em Berlim para melhorar as condições de segurança nos territórios palestinos.
"Como a justiça criminal é um setor com inter-relações é essencial que a comunidade de doadores adote todos os projetos que a Autoridade Palestina já identificou. Descuidar de um deles pode colocar em perigo todo o esforço", acrescentou. A comunidade internacional se comprometeu a doar sete bilhões de dólares em dezembro para melhorar as condições dos territórios palestinos, após a retomada das negociações de paz na conferência de Annapolis, Estados Unidos.
A Autoridade Palestina apresentou em Berlim, para delegações de mais de 40 países, uma lista de projetos nos quais pretende utilizar o dinheiro, como a construção de tribunais ou o aumento do número de policiais. O primeiro-ministro palestino, Salam Fayad, afirmou aos participantes que as melhorias em termos de segurança devem ser acompanhadas de outras medidas, como o fim imediato da colonização israelense e o desmantelamento dos postos de controle rodoviários. Também defendeu avanços na frente política.
Já a ministra israelense das Relações Exteriores, Tzipi Livni, assegurou que grande parte da população israelense entende a necessidade de uma solução que contemple dois Estados, mas deseja ter provas de que o lado palestino será "um Estado democrático e responsável". O emissário do Quarteto Internacional para o Oriente Médio - EUA, ONU, Rússia e UE -, o ex-premier britânico Tony Blair, afirmou que a criação de um sistema judiciário eficaz é "fundamental para uma solução com dois Estados". A conferência de um dia de Berlim se centra na ajuda à Autoridade Palestina na Cisjordânia e não inclui Gaza, governada pelo Hamas desde que o movimento radical assumiu o poder à força há mais de um ano.