Soldados e policiais foram enviados às ruas de Trípoli para conter a onda de violência que matou oito pessoas em dois dias na cidade, no norte do Líbano. Mais de 40 pessoas ficaram feridas. Os confrontos envolvem forças anti e pró-governo e começaram no domingo, quando muçulmanos sunitas favoráveis à atual administração enfrentaram homens armados ligados à oposição liderada pelo grupo xiita Hezbollah.
Com a chegada das forças de segurança a situação parecia se acalmar na segunda maior cidade libanesa. Os choques ocorrem em um momento delicado, quando o primeiro-ministro Fuad Siniora enfrenta dificuldades para formar um gabinete de unidade nacional.
Na mesma área ocorreram sérios confrontos no mês passado, quando homens pró-governo e milícias ligadas à oposição se enfrentaram em vários pontos do país após militantes do Hezbollah tomarem o controle de regiões da capital Beirute. A violência em maio deixou 81 mortos e mais de 200 feridos, no pior incidente no território libanês desde a Guerra Civil Libanesa, que aconteceu entre 1975 e 1990.
Em 21 de maio, os dois lados assinaram um acordo em Doha, no Catar. Segundo o texto, o Hezbollah tem poder de veto sobre as decisões governamentais. O ex-chefe do Exército Michel Suleiman foi eleito como o presidente de consenso e empossado quatro dias depois do acordo. Mas por enquanto Siniora não conseguiu formar um gabinete que satisfaça os dois lados.
Em Viena, Siniora condenou a violência em Trípoli, dizendo que isso atrapalhava os esforços para estabilizar o país. O primeiro-ministro também afirmou que o governo está fazendo todo o possível para encerrar os conflitos.