PARIS - O Icann (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), o órgão gestor americano da internet, quer abrir, a partir de 2009, a possibilidade de que os internautas criem por escolha própria a extensão de um endereço na web, assim como a utilizar nomes em chinês ou árabe, uma uma liberalização que levanta inúmeras questões. O Icann fez esse anúncio durante sua 32a reunião internacional, que começou nesta segunda-feira em Paris, na presença de 1.500 participantes de mais de 70 países.
"Além das extensões .com, .net ou .org, a partir do primeiro trimestre de 2009, os 1,3 bilhão de internautas poderão adquirir endereços genéricos, utilizando palavras como .amor, ou ainda nomes próprios", declarou o presidente do Icann, Paul Twomey, em uma entrevista ao jornal econômico francês Les Echos. Atualmente, estão contabilizados 162 milhões de nomes, dos quais mais da metade utilizando .net e .com, num total de cerca de 250 extensões.
Membros do setor se mostraram surpresos por essa liberalização total. "No início, apenas algumas novas extensões estavam previstas, e nos surpreendemos que se tenha levado ainda mais à frente", disse à AFP Stéphane Van Gelder, diretor-geral do Indom, sociedade especializada no registro e gestão de nomes de domínio.
Isso fará com que os grandes grupos e as cidades possam ter sua própria extensão, como .google ou .berlim. Até agora, alguns contornavam o sistema: numerosas empresas baseadas em Los Angeles assinaram um acordo com as autoridades do Laos para utilizar o .la, por exemplo. Outra novidade: a possibilidade de autorizar os endereços em caracteres não latinos, por exemplo, em chinês, ou em árabe. "Testamos 15 línguas para que funcionem com os navegadores da Mozilla, da Microsoft e da Apple", disse Twomey.