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Cientistas da missão Phoenix convencidos da presença de gelo em Marte

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WASHINGTON - Uma análise comparativa das últimas imagens tiradas pela sonda Phoenix convenceu os cientistas da presença de gelo perto da superfície do pólo ártico de Marte, de acordo com um comunicado publicado nesta sexta-feira (20/06) no site da Nasa. Pedaços de material branco brilhante, do tamanho de um dado, desapareceram do interior de uma trincheira escavada pelo braço mecânico da Phoenix, quatro dias após terem sido fotografados pelas câmeras da sonda, explicam. De acordo os pesquisadores, esses materiais seriam água congelada que se evaporou após ter sido exposta ao sol pela Phoenix. "Tem de ser gelo", disse Peter Smith, da Universidade do Arizona (sudoeste), responsável pela equipe científica da Phoenix, explicando que "esses pequenos pedaços desapareceram totalmente nos últimos dias, o que constitui uma perfeita indicação que se tratava de gelo". "Havia um debate na equipe sobre esse material, se seria gelo, ou sal", acrescenta o cientista, comentando que "o sal não pode derreter". Esses pedaços de material branco foram retirados basicamente de uma espécie de trincheira batizada de "Dodo-Goldilocks" pelas equipes de pesquisa, que o braço mecânico da Phoenix havia alargado em 15 de junho. Vários desses pequenos blocos sumiram quando a Phoenix fotografou outra vez essa trincheira na quinta-feira. Em outra escavação feita na quinta, o braço mecânico da Phoenix tocou uma superfície dura, que poderia ser uma camada de gelo, segundo os especialistas. "Cavamos um fosso e descobrimos uma camada dura na mesma profundidade que o outro veio de gelo", identificado na perfuração "Dodo-Goldilocks", relatou Ray Arvidson, da Universidade Washington de St. Louis, Missouri (centro), um dos pesquisadores da equipe encarregada do braço mecânico. Quando se tentou cavar mais profundo, o braço ficou imobilizado, porque foi programado para fazê-lo, caso encontrasse uma superfície dura. Apesar de alguns inconvenientes técnicos sofridos pela Phoenix, como o atraso de 24 horas das tarefas previstas por um problema de software, "a missão segue adiantada em relação ao programa. Avançamos de forma excelente para completar a missão, com sucesso", garantiu o diretor do projeto Phoenix, Barry Goldstein. Os cientistas esperam encontrar, durante os três meses que a Phoenix permanecerá em Marte, indícios da existência de água e materiais orgânicos, uma descoberta que significará que houve vida, em algum momento, no Planeta Vermelho.