Um grupo militante sunita iraniano que luta contra o regime de Teerã informou que executou dois oficiais da polícia iraniana, que eram seus reféns, e ameaçou matar outros 14 policiais que estão no cativeiro, a menos que o governo liberte 200 dos seus integrantes presos. Um porta-voz do grupo islamita sunita Jundallah, Abdel-Raouf, disse à emissora Al-Arabiya que eles mataram dois reféns na terça-feira porque o governo xiita do Irã executou dois dos integrantes do Jundallah na segunda-feira.
Abdel-Raouf afirmou que se o governo do Irã não libertar 200 militantes do Jundallah até a próxima sexta-feira (27/06), os 14 policiais que são reféns do grupo serão executados. "Nós descobrimos que o governo iraniano não está pronto para dialogar. Então nós executamos os dois oficiais", disse Abdel-Raouf. Na terça-feira, a agência semi-oficial de notícias iraniana Fars informou que o governo havia executado um dia antes dois militantes do Jundallah, no sudeste do Irã.
O grupo Jundallah representa uma das principais minorias muçulmanas sunitas do Irã, a que vive no Baluquistão, uma região de fronteira entre o Irã, o Paquistão e o Afeganistão, 1,6 mil quilômetros ao sudeste da capital Teerã. O Jundallah (cujo nome quer dizer "Soldados de Deus") se queixa de perseguição religiosa do governo xiita do Irã e move uma guerra de guerrilhas contra Teerã há vários anos.