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Irlandeses desconhecem tratado da UE, indica pesquisa

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Bruxelas, Bélgica - Uma pesquisa realizada pela União Européia (UE) revelou que o principal motivo da rejeição dos eleitores irlandeses ao Tratado de Lisboa foi o fato de o complicado documento não ter sido plenamente compreendido. O "não" declarado pelos irlandeses ao tratado, cujos objetivos principais são reformar e fortalecer o bloco de 27 nações, deflagrou uma crise na UE às vésperas de uma reunião de cúpula. Uma pesquisa telefônica realizada pela Comissão Européia junto a mais de 2 mil eleitores mostrou que o "não" dos irlandeses ao documento não significa que eles gostariam de ver seu país fora da UE, uma vez que o apoio à filiação é "muito alto". Os eleitores rejeitaram o tratado por causa de uma vasta gama de motivos, revelou a pesquisa, sendo que o desconhecimento do documento foi apontado como o principal deles. "A falta de conhecimento, com 22%, foi o principal motivo apontado para a rejeição, seguido pela preservação da identidade irlandesa, com 12%, e depois pela preservação da neutralidade, pela falta de confiança nos políticos, pela perda do direito a um comissário permanente e pela manutenção do sistema tributário, todos com 6%", concluiu a pesquisa. Um por cento dos eleitores votou "não" para impedir a chegada de imigrantes. Outro 1% afirmou ter votado contra por considerar que a UE não precisa do tratado e a situação está "boa" da forma como está atualmente. Além disso, metade das pessoas que disseram não ter ido às urnas assegurou ter preferido ficar de fora da votação por não ter entendido o documento. Resultado de anos de negociações, o Tratado de Lisboa é amplamente visto como um calhamaço de difícil entendimento. Vinte dos 27 países do bloco já votaram o documento; dezenove o aprovaram. Até o momento, somente a Irlanda, única nação a levar o tema a referendo, rejeitou o texto. E basta apenas um país rejeitar para que o documento não possa ser implementado.