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Lei apoiada por Berlusconi paralisaria 100.000 processos na Itália

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ROMA - Cerca de 100.000 processos judiciais - entre eles um envolvendo o chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi - serão suspensos após a votação de uma polêmica emenda, apoiada pela maioria de direita, denunciou nesta quarta-feira (18/06) a Associação Nacional de Magistrados (ANM). "Isso vai colocar a justiça penal de joelhos. Será um caos sem precedentes", alertou o secretário-geral da ANM, o principal sindicato dos magistrados, Giuseppe Cascini. "Nos recusamos a acreditar que 100.000 processos serão suspensos para evitar um deles. Seria extremamente grave", lamentou. A emenda, batizada de "Salvem o primeiro-ministro" pela oposição de esquerda, foi adotada nesta quarta-feira pelo Senado por 160 votos a favor e 11 contra (entre 315 votantes). Os senadores do Partido Democrata (PD, esquerda) e seu aliado A Itália dos Valores (IDV), do ex-juiz anti-corrupção Antonio Di Pietro, negaram-se a participar da votação. A emenda ainda deve ser votada pela Câmara dos Deputados, onde o governo dispõe de maioria absoluta. O texto tem por objetivo dar prioridade aos processos mais recentes e considerados mais graves, quando a pena requerida é superior a 10 anos. Os demais processos, referentes a atos cometidos antes de 30 de junho de 2002, serão suspensos por um ano. Isso afetaria um caso de corrupção pelo qual Berlusconi e seu ex-advogado britânico David Mills são julgados em Milão (norte). Berlusconi é acusado de oferecer US$ 600 mil a Mills em troca de falsos depoimentos a seu favor perante a justiça italiana, durante dois processos que remontam ao final dos anos 90.