WASHINGTON - Adultos com distrofia muscular - doença genética caracterizada por uma deterioração progressiva dos músculos voluntários - que apresentam anomalias em seu eletrocardiograma têm 3,5 vezes mais chances de sofrer morte súbita, segundo estudo publicado nesta quarta-feira (18/06).
"Os pacientes que sofrem de distrofia muscular com anomalias significativas em seu eletrocardiograma apresentam 3,5 vezes mais riscos de falecer subitamente do que aqueles que não têm estas características", explicou William Groh, professor de Medicina da Universidade de Indiana (norte dos Estados Unidos), principal autor do trabalho.
"Para aqueles que sofrem de arritmia auricular, este risco se multiplica por cinco", informou em um comunicado.
A pesquisa foi realizada ao longo de dez anos em 23 centros médicos dos Estados Unidos, com base nos prontuários de 406 adultos que sofriam de distrofia miotônica, forma mais freqüente da doença.
Neste período, 20% dos pacientes que participavam do estudo morreram, e um terço deles faleceu de forma súbita, provavelmente devido à arritmia cardíaca, segundo Groh.
O trabalho foi publicado no New England Journal of Medicine de 19 de junho. "Esse estudo permitiu identificar os fatores ligados ao risco elevado de morte súbita nos pacientes que sofrem de distrofia miotônica", explicou.
Groh estima que, com a descoberta, os médicos terão mais chances de evitar mortes súbitas, graças a exames eletrofisiológicos, como a utilização de catéteres no coração ou a implantação cirúrgica de um desfibrilador cardíaco.