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Israel oferece negociações de paz diretas ao Líbano

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Israel ofereceu nesta quarta-feira (18/06) conversações diretas de paz com o Líbano, dizendo que todas as questões seriam negociáveis, incluindo as Fazendas de Shebaa, uma pequena porção de terra ocupada pelos israelenses durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e até hoje disputada pelos dois países. Mark Regev, porta-voz de Ehud Olmert, disse que o premiê israelense manifestou sua disposição de iniciar tais conversações durante uma reunião e decidiu tornar público seu desejo. O anúncio ocorre em meio a uma intensa atividade diplomática na região, incluindo o planejado início, na quinta-feira, de um cessar-fogo na Faixa de Gaza entre o governo israelense e o Hamas, além de negociações - mediadas pela Turquia - entre Israel e a Síria para um amplo tratado de paz. O acordo incluiria a devolução das Colinas do Golan, ocupadas pelos israelenses em 1967. Olmert pode encontrar-se no dia 13 em Paris com o presidente sírio, Bashar Assad, paralelamente à cúpula de países europeus e mediterrâneos, indicou o governo francês. Segundo Regev, já que a Síria tem uma forte influência sobre o Líbano, Olmert argumentou que as negociações com Damasco deveriam ser seguidas por conversações com Beirute. Israel também está perto de alcançar um acordo para a troca de prisioneiros com o grupo xiita libanês Hezbollah, com quem travou uma guerra dois anos atrás. Segundo o acordo, mediado por um negociador alemão designado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Hezbollah entregará dois soldados israelenses capturados em 2006 em troca de quatro prisioneiros libaneses e os corpos de dez combatentes do grupo islâmico. Olmert também está envolvido em conversações de paz com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas. Os Estados Unidos querem que os dois lados cheguem a um acordo para a criação de um Estado Palestino antes do final do mandato do presidente George W. Bush. Os críticos acusam Olmert de iniciar conversações de paz com os inimigos de Israel para distrair a atenção pública de um escândalo de corrupção que levou a oposição e mesmo seus aliados políticos a pedir sua renúncia. Olmert negou ter feito qualquer coisa errada, mas prometeu deixar o cargo se for indiciado em uma investigação sobre as acusações de que recebeu fundos ilegais de um empresário americano.