ISTAMBUL - Um tribunal de Istambul começou a julgar nesta quarta-feira (18/06) Bulent Ersoy, a cantora transexual turca acusada de ter danificado o prestígio do Exército por ter afirmado na televisão que se tivesse tido um filho, nunca o teria deixado cumprir o serviço militar. "Se tivesse tido um filho, imaginam se eu o levaria ao túmulo porque alguém sentado na outra ponta de uma mesa diz: 'deve fazer isso'?", declarou a artista no final de fevereiro, em plena operação do Exército turco contra as bases dos rebeldes curdos no norte do Iraque.
"Não sou mãe e nunca serei. Mas sou um ser humano e levá-los ao túmulo...", prosseguiu a cantora em um programa de entretenimento, antes de classificar de "clichê" enganoso o lema "os mártires são imortais, a pátria é indivisível" entoado na Turquia nos funerais dos militares. Bulent Ersoy, de 56 anos, pode ser condenada a até três anos de prisão, com base no artigo 318 do código penal turco, que estipula o crime de "dissuadir do serviço militar através da imprensa".