HARARE - O governo do Zimbábue acabou com a suspensão das atividades das organizações não governamentais (ONGs) que ajudam em campanhas de distribuição de alimentos a doentes e de remédios de luta contra a Aids, informa a imprensa estatal, ao mesmo tempo que a ONU anunciou a expulsão do país de um funcionário do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
"A suspensão não proíbe que as pessoas que se beneficiam de tratamentos ARV (anti-retroviraies) ou de atendimento médico a domicílio continuem com acesso aos medicamentos e à alimentação terapêutica de clínicas e hospitais", afirmou o secretário executivo do ministério da Saúde, Sydney Mhishi, ao jornal Herald.
O governo do presidente Robert Mugabe enviara no início do mês uma carta a todas as organizações humanitárias presentes no Zimbábue que ordenava a suspensão das atividades "até nova ordem". A medida, criticada pela comunidade internacional, foi adotada durante a campanha para o segundo turno presidencial de 27 de junho, entre Mugabe, de 84 anos e no poder há 28, e o líder opositor Morgan Tsvangirai, de 56 anos.
Em Genebra, a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Louise Arbour, anunciou a expulsão de um funcionário do organismo na terça-feira. Ela lamentou "a atitude de não cooperação" do governo zimbabuano. "É uma postura particularmente inoportuna por parte do governo do Zimbábue", afirmou a comissária.