MOQUEGUA - Populares que participavam de uma greve na cidade peruana de Moquegua (sul) libertaram nesta terça-feira (17/06) à tarde os últimos policiais que mantinham como reféns desde segunda-feira (16/06), entre eles o comandante da corporação, informou a Defensoria do Povo.
"Já foram libertados todos os efetivos policiais", disse à AFP Hernán Cuba, representante da Defensoria do Povo de Moquegua.
Os policiais, entre eles o general Alberto Jordán, seguiam para o aeroporto dessa cidade do sul peruano para tomar um vôo direto para Lima, acrescentou o funcionário.
O general Alberto Jordán e seus homens foram capturados em violentos choques em torno da ponte de Montalvo, na rodovia Pan-Americana, bloqueada por manifestantes. "Felizmente, tudo acabou sem problemas", declarou Jordán, agradecendo à Defensoria e à Igreja Católica de Moquegua por sua mediação no conflito.
Ao saber do desfecho do episódio, o primeiro-ministro Jorge del Castillo saudou a decisão do povo de Moquegua (1.200 km ao sul de Lima) e disse que, agora, o diálogo com as autoridades locais será retomado. Nas últimas horas, as negociações haviam sido suspensas.
Ao meio-dia deste segunda, pelo menos 12 policiais, com diversas lesões, foram soltos para serem atendidos no hospital regional.
O representante da Defensoria do Povo esclareceu que 48 policiais compunham o último grupo de reféns, incluindo o general Jordán, ressaltando que, devido à situação de emergência, houve confusão no balanço divulgado.
Inicialmente, a Defensoria havia informado que o total de agentes em cativeiro era 65, mas depois anunciou que eram 60.
A população de Moquegua exige do governo uma divisão mais eqüitativa dos royalties cobrados da mineradora Southern Peru, controlada pelo Grupo México, que explora jazidas de cobre na região.