BAGDÁ - Pelo menos 51 pessoas morreram e 75 ficaram feridas nesta terça-feira (17/06) em um atentado com carro-bomba no norte de Bagdá, o mais violento há mais de um mês no Iraque, informou à AFP uma fonte dos serviços de segurança iraquianos.
A explosão do veículo foi registrada no momento em que o Exército norte-americano e o governo iraquiano comemoram a melhoria obtida na segurança do país.
O carro-bomba explodiu às 17h30 locais (11h30 de Brasília) perto de uma parada de ônibus no bairro xiita de al-Huriya, nas imediações de um mercado muito movimentado a essa hora do dia, segundo fontes policiais e do Ministério da Defesa.
Os feridos foram levados a vários hospitais da capital iraquiana. Cerca de dez ônibus e um edifício de três andares pegaram fogo por causa da explosão e várias casas foram fortemente danificadas.
Este ataque é o mais violento no Iraque desde o duplo atentado que no dia 1o de maio deixou 35 mortos em Baquba, 60 km ao norte de Bagdá, na província sunita de Diyala.
O atentado ocorreu em um momento de relativa calma no país, que o Exército norte-americano atribui a sua estratégia de mobilização de mais tropas em fevereiro de 2007.
Mais mortes
Nesta terça-feira pela manhã, a explosão de uma moto-bomba no bairro de al-Sulej, mais ao sul, custou a vida de quatro milicianos envolvidos na luta contra a al-Qaeda, segundo uma fonte policial. Vários outros milicianos e dois civis ficaram feridos, acrescentou.
A bomba de fabricação caseira, escondida em uma moto, explodiu em um posto de controle dirigido por um grupo de milicianos dos "Filhos do Iraque", apoiados pelo governo iraquiano e armados pelos norte-americanos para combater a célula iraquiana da al-Qaeda.
Os soldados norte-americanos e iraquianos estão mobilizados em grande número desde sábado em Amara, grande cidade do sul do país, para uma operação destinada em particular a combater o Exército do Mahdi, do líder radical xiita Moqtada al-Sadr.
O primeiro-ministro Nuri al-Maliki deu um prazo de até quarta-feira à tarde aos milicianos xiitas para que deponham as armas antes de uma intervenção do Exército.
Situada 365 km ao sul da capital e próxima à fronteira iraniana, Amara abrigaria milicianos que fugiram de Basra (sul) e de Sadr City, bastião de Moqtada al-Sadr em Bagdá, cenário nos últimos meses de combates com o Exército iraquiano.