Seul - Cerca de 80 mil ativistas sul-coreanos protestaram durante a madrugada de desta quarta-feira (11/06) contra a planejada retomada das importações de carne bovina norte-americana. Mesmo a disposição do gabinete do país em renunciar, anunciada ontem, não foi suficiente para acalmar a população. A proposta de renúncia foi uma tentativa de neutralizar a crise da carne, que resultou em semanas de protestos e paralisou o governo do presidente Lee Myung-bak.
Os protestos contra o governo têm sido às vezes violentos, lembrando os movimentos pró-democracia nos anos 1980, que derrubaram a ditadura militar no país. Aproximadamente 21 mil policiais foram designados para manter a ordem no centro de Seul e autoridades bloquearam estradas para evitar que a multidão se aproxime da Casa Azul, sede do governo.
De acordo com a polícia local, cerca de 20 manifestantes foram presos por ocuparem importantes ruas de Seul e causarem congestionamentos. Lee, um conservador pró-americano, concordou em abril em reabrir o mercado sul-coreano à carne bovina dos EUA, questão que vinha afetando as relações entre os dois países.
A Coréia do Sul era o terceiro maior importador de carne bovina norte-americana até que o país proibiu as compras depois que a doença da vaca louca foi detectada nos EUA em 2003. Um número crescente de manifestantes vêm pedindo a renúncia de Lee por ele supostamente arriscar a saúde pública e agir como um "ditador" que não ouve a população.
O governo sul-coreano pediu aos EUA que não exportem carne bovina de gado mais velho, que trariam mais riscos relacionados à doença. Mas o governo se recusou a fazer uma renegociação completa do acordo, citando possíveis disputas diplomáticas e comerciais com os EUA.