Um líder do deposto movimento islâmico da Somália rejeitou nesta terça-feira (10/06) um acordo firmado entre o governo local e uma aliança da oposição. Segundo o xeque Hassan Dahir Aweys, os insurgentes islâmicos continuarão a lutar. O governo somali e a Aliança pela Nova Libertação da Somália concordaram na segunda-feira em encerrar meses de violência. Também irão negociar um calendário para a retirada das tropas etíopes, chamadas para apoiar as forças locais. Para Aweys, o texto é "inconseqüente" e "não resultará de forma alguma em paz".
O líder está na lista de suspeitos de terrorismo dos Estados Unidos e da União Européia. O ponto de discórdia principal entre governo e oposição é em relação à retirada das tropas etíopes, enviadas em 2006 para auxiliar o governo a enfrentar combatentes islâmicos. A oposição vê essas tropas como uma força de ocupação.
O acordo firmado ontem contou com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). O Conselho de Segurança da ONU já informou que considera enviar tropas para substituir homens da União Africana se houver melhorias na reconciliação política e na segurança. Além disso, a Somália enfrenta uma crise humanitária, agravada pelo aumento dos preços globais dos alimentos e pela seca no país. Segundo a ONU, 3,5 milhões de somalis precisarão de auxílio humanitário até o fim do ano, caso a situação não melhore.