O chefe do clã tribal de Saddam Hussein, xeque Ali al-Nida, foi morto nesta terça-feira (10/06) por uma bomba que foi plantada em seu carro. Al-Nida, de 65 anos, comandava a tribo al-Bu Nasir, um numeroso clã sunita com cerca de 20 mil membros, incluindo a família do ex-presidente. Al-Nida e um de seus guardas morreram quando um explosivo instalado na parte traseira do automóvel foi detonado. O acidente ocorreu em Wadi Shishain, em Tikrit, cidade de maioria sunita a 130 quilômetros ao norte de Bagdá. A informação foi divulgada por um funcionário local.
Três outros guardas ficaram gravemente feridos, segundo a mesma fonte. Como chefe do clã, Al-Nida recebeu o corpo de Saddam após a execução do ex-líder, em 2006, e organizou o funeral. Em 2007, ele fundou o Conselho do Despertar, na vila de Ouja, aliando-se às forças dos Estados Unidos para enfrentar militantes xiitas na área. Membros da tribo de Saddam já foram alvos de ataques anteriormente. Porém, não estava claro se esse último atentado ocorreu pelos laços de Al-Nida com o ex-presidente ou por causa de antigas rivalidades tribais. O irmão dele, Mahmoud al-Nida, foi morto a tiros, em 2006, por homens não identificados.
Enquanto isso, o Departamento de Estado norte-americano informou que acredita em um acordo para estabelecer uma relação de longo prazo no setor da segurança entre os Estados Unidos e o Iraque. Esse tratado seria firmado em julho, segundo o órgão norte-americano. O pacto forneceria uma base legal para a manutenção das tropas norte-americanas no Iraque, após a perda de validade de um mandato das Nações Unidas, no fim do ano. No entanto, há relatos no Iraque e em Washington de que as negociações estão emperradas, por resistências iraquianas. Segundo algumas fontes, esse tratado não seria firmado antes de o presidente George W. Bush deixar o cargo, no início de 2009.